~A Escritora

Nome: Malka
Idade: 19
Signo Virgem
Signo Chinês: Dragão
Cores: Preto e Roxo
Adoro: Ragnarok, Html.
Odeio: Futilidade, Verdura.
Blog Pessoal: Virando a Página
Concurso: Yourself Contest

~O Conto

Um conto que narra a história de Bernard Wacklon, um caçador de vampiros contratado por uma empresa da faixada. O que essa empresa esconde? Que mistérios rondam na vida de Bernard? Desvende O Codice.


~Outros Contos

Chá das Cinco - By Malka
O Limiar - By Biel
Immortal Lust - By Biel
O Diário de Dorian Gray - By Biel
Mulher é tudo Bandida - By Biel

~Créditos

As histórias escritas aqui são ficticias, qualquer semelhança é mera coincidência. Todos os direitos reservados. Proibida a cópia e divulgação de qualquer matérial exposto aqui sem a permissão da autora.



[ --- ] [ --- ] [ --- ] Capitulo 5 - Ao Por do Sol [ --- ] [ --- ] [ --- ]




E lá estavam os dois. Gabrielle e Bernard correndo por um campo florido e sentados a beira de um belo rio, uma cesta de piquenique com sanduíches e bolos, ela dando um pedaço de torta a um Bernad sorridente e a cabeça dele se inclinando em direção a sua e finalmente Gabrielle acorda naquela manhã ensolarada. Pela primeira vez que via o sol entrando desse jeito em casa. Os lençóis não mais tinham aquele cheiro da primeira noite que acordara, graças ao esforço da garota estavam limpos e cheirosos. O corpo ia se mexendo embaixo do edredom querendo dormir por mais um pouco, o sonho era tão bom. Finalmente as orbes azuis pousam no travesseiro, vazio, ao seu lado. Ele já saíra.
- Será que pelo menos ele tomou café? - Fala com aquela voz rouca de sono e vai se levantando tentando lembrar por que se sentia tão triste, mas então lembra da conversa da noite anterior e entende. – Essas coisas não deviam acontecer com todo mundo... Bonne cadê você garoto? .
Chama pelo cachorro que vem com a cabeça baixa, a cauda entre as pernas.
- Hey garoto o que ouve será que... – Se levanta correndo e vai até a cozinha, as vasilhas de água e comida dele estavam vazias.
– Ai me perdoa Bonne!!! Foi sem querer eu juro! – Ia tirando o pote onde agora guardava a comida dele, antes ficava em um saco aberto no meio da cozinha e ele podia comer a hora que queria, mas acabava juntando bichos e deixava a ração mole. E pra melhorar a situação. O pote estava quase vazio.
- Bem tem um pouco aqui e vou ter que comprar mais. Volto logo okay? Só vou me trocar. – Enquanto falava enche a vasilha de água e coloca o resto da comida na outra. O cachorro logo engolia o pouco da comida e olhava pedindo mais.
- Calma já vou trazer. – Se trocava, um vestido simples de alça com pequeno decote, uma sandália rasteirinha e pronto. Mesmo lembrando do que o B falara pra não sair, não tinha como deixar o cachorro com fome. Mexia num lugar secreto que descobrira onde o B guardava o dinheiro, a lata de café. Tirava apenas o suficiente pra comida do cachorro e mais alguma coisa pro almoço. Abria a porta da cozinha e saia pelos fundos, de vagar e com calma. Murmurando alguma música, saltitando em alguns passos, aqueles dias estavam sendo ótimos, quase esquecia dos seus próprios problemas pra cuidar dos de Bernard. Isso estava sendo realmente bom. Sentia aquela sensação de estar sendo seguida e olha pra trás num impulso. Não tinha ninguém. Estava tudo deserto.
- Deixa de paranóia Gabrielle... – Continua seus passos mas a sensação não a abandona, tem a impressão de ver alguém em cima de um dos telhados pulando para o outro. Agora sim acha que ficou maluca de vez. Mas logo um pássaro passa voando.
- Foi só um pássaro não é?! - Ela mesma tentava acreditar nisso até que ao avistar o mercado sorri aliviada.
- Comida pra cachorro comida pra cachorro comida pra cachorro, ah! Aqui! – Finalmente acha a seção e escolhe uma ração qualquer que vira recentemente o comercial. – Acho que o Bonne vai gostar dessa. Agora preciso de sabonete, sabão em barra e um desodorante pro B e ele realmente precisa de um. – Passando pras seções pegando tudo e colocando na cestinha.
- Almoço, num sei o que faço pra hoje – Andava na seção de congelados. – Lasanha! Ótimo! – Pegando uma embalagem e segue para o caixa, pra sua sorte vazio.
- Vinte e três e setenta. – A voz do balconista a tira do rápido devaneio.
- Obrigada... – Paga e recebe o troco o colocando numa das sacolas onde sua pequena compra já fora embalada. Agora era só ir pra casa, descongelar a lasanha e esperar o B chegar para comer, ler um livro, brincar um pouco com o Bonne e seria o fim de um ótimo dia.
- And she will be loved... And she will be loved… - Cantava enquanto ia andando e se aproximando da ruela por onde passara anteriormente com a sensação de estava sendo observada, o pássaro que voara ainda estava lá e parecia que não tirava os olhos dela. Besteira era só um pássaro! Continuava seguindo seu caminho até avistar a casa.
- Finalmente! – Olha de canto pra um carro que passava ao seu lado e estaciona em um beco ali perto. Apenas um vizinho talvez. Entra em casa lembrando de trancar bem a porta como o B mandara, na verdade ele a dissera pra não sair de casa mas isso não vem ao caso. Mal entra e Bonne já sente o cheiro da comida e começa a pular em cima dela e das sacolas. Com os braços erguidos ela vai tentando fugir erguendo os braços pra impedir das sacolas serem rasgadas.
-Ow ow ow calma garoto calma senta senta! Seeeeennnta! – Ria, se divertia com a cena. Bonne permanecera sentado após a primeira ordem. Ela coloca a comida na tigela e o olha de canto. – Hey já pode comer ta?! – Não precisou mandar duas vezes e ele já atacava com voracidade a ração.
- Me perdoa por ter esquecido sua comida viu? – Colocava as pequenas compras no lugar e agora se dar conta de que se esqueceu da bebida. Deixou a lasanha congelada em cima do balcão pra que descongele. – Ah droga! Bonne vou sair novamente, comprar um refrigerante pro almoço! Espero que o B não chegue antes de mim ou vou tomar uma bronca. – Olhava pela janela vendo o sol se por.
- A essa hora já não é mais almoço e sim jantar! Ai que fome e o B que não aparece. – Vai saindo novamente fechando a porta deixando a chave embaixo do tapete, seguindo o mesmo caminho que passara mais cedo. Dessa vez não cantava, caminhava rapidamente. Tinha medo que B chegasse e descobrisse que ela saiu, bem isso ele descobriria de todo jeito mas com ela já estando em casa o sermão talvez fosse menor.
- Nessas horas queria ter asas! Seria bem mais rápido – Ri de sua frase digna de uma criança de seis anos. Já entrara no mercado acenando pra o balconista que a atendera mais cedo. – Esqueci a bebida! – sorri boba indo buscar e logo volta, acaba pagando o refrigerante no mesmo balcão. Sprite, a favorita do B.
- Obrigada e volte sempre, mas espero que hoje mais não né?! – O balconista sorri junto a ela e acena ao vê-la ir embora. Fazendo aquele caminho pela segunda vez, quase decorara as casas do lugar.
- To morrendo de fome, espero que o B não demore mais ou vou jantar... Quem é você?! O que quer??? Ei não... Espera! Ahhhhhhhhhhhhhhh. – E o grito já é abafado pelo saco preto colocado em sua cabeça.


Continua...



Rabiscado por Malka
0 Outros Rabiscos... (Comente Aqui)



[ --- ] [ --- ] [ --- ] Capitulo 4 - A História [ --- ] [ --- ] [ --- ]




- Da próxima vez você vai comprar suas roupas! – Estendendo uma sacola florida, provavelmente de uma loja feminina.
- Nossa! O que aconteceu na loja pra você chegar desse jeito? – Olhando o conteúdo da sacola, uma calça jeans, um short, algumas camisetas básicas. E ali estava o problema, num pacote menor, lingerie. Não consegue conter a risada. – Você me comprou calcinhas??? E... Sutian??? – Não conseguia parar de rir, mas ao ver a cara de bravo dele acaba se contendo. – Tudo bem entendi, mas me diz o que aconteceu?
- Como vocês agüentam? Tamanho P, M, G taça 34, 38, 40 eu não fazia a mínima idéia! Altura? Cintura? E a vendedora não parava de fazer perguntas idiotas do tipo “ah ela gosta de cintura alta?” como assim cintura alta? Humph. Da próxima vez você vai! – A cena era realmente cômica, ele andando pra lá e pra cá falando de coisas que era comum pra ela. Mas com um ronco da barriga ele muda de assunto. – A comida ta, droga esqueci no carro. – Se levanta indo buscar.
- Tudo bem, vou me trocar pra comer. – Ele logo retorna e a encontra de costas, usando uma das lingeries, abaixada puxando o short pelas pernas grossas, quando percebe que ela ia se virar apressa o passo até a cozinha, a mesa estava posta. Pratos, talheres, copos e um pequeno jarro com flores, nem imaginava que algo assim existia em sua casa.
- Bem espero que tenha trazido bastante comida por que eu to faminta! – Já pegava o pacote das mãos dele, comida chinesa. – Hummmmmm adoro comida chinesa! – Ele ficava de pé a olhando enquanto ela o servia. – Er.. B, você pode sentar sabe? Mas primeiro vai lavar as mãos! – Fala com tom mandão e começa a rir.
- Não abusa da sorte garota. – Vai até a pia da cozinha e lava as mãos rapidamente, a olha de canto. Ela o esperava para comer. Assim que ele senta ela pega o hashi comendo, ele fica olhando pra ela e pra os pauzinhos e pega o garfo.
- Ei, não tem graça comer de garfo! – Tirando o garfo da mão dele, se levanta pegando o hashi. Assim, você pega e coloca ele entre os dedos ta vendo? Agora tenta.
- Eu não quero usar esses palitos, se fosse pra comer assim eu comia espetinho! – Olhando de cara amarrada. Mas ela já estava se acostumando com o jeitão dele e não desiste.
- Você vai comer de hashi! Anda! – Pega a mão dele e coloca o hashi na posição certa e o mostrava como movimentar e segurar a comida. Mas ele não ligava mais pra comida, como a pele dela era macia, como seu toque era quente. Ele fica em silêncio olhando para a mão dele sobre a sua, ela logo solta e vai sentar voltando a comer quieta.
Ele apenas murmura algo e tenta pegar uma porção do yakisoba, que logo cai. Ela o olha e sorri.
- Isso, mas da próxima vez tenta enrolar um pouco no hashi. – Ele o faz e estava uma delicia, mas com a fome que tava tudo parecia gostoso.
O silêncio predomina pelo resto da refeição até que os pratos ficam limpos. Ela o olha receosa, queria perguntar algo, mas tinha medo da atitude dele perante a pergunta. Resolve arriscar assim mesmo.
- B, posso te perguntar algo? – Não esperava menos do que o olhar que ele lança a ela, mas ainda assim ele afirma com a cabeça então ela continua. – Por que você ficou tão agitado quando eu falei daquela caixa? – Passa a mão pelos braços onde ficara pequenas marcas do nervosismo dele.
- Eu esperava que... Você perguntasse isso. – Ele parecia triste, mas se levanta e vai andando até o quarto, ela o segue. Quando chega lá ele retirava a caixa do armário, era mais ou menos do tamanho de uma caixa de uma tv de 29 polegadas. A coloca sobre a cama e fica de pé. Ela senta o olhando.
- Se não quiser falar tudo bem, é só que... Queria saber o que aconteceu pra te deixar daquele jeito. – Ele parecia não ouvir, passava a mão pela caixa, como se lembrasse de várias coisas.
- Nos conhecíamos a 10 anos, quando me mudei pra cá pouco depois ela veio também, disse que não agüentou ficar longe de mim e acabamos morando junto. – Ele abria a caixa, tirando um vestido longo num tom claro, mas não chegava a ser branco. Coloca em cima da cama, enquanto isso ela arrisca um olhar pra dentro da caixa, dentro ainda estavam algumas peças de roupa cuidadosamente dobradas, algumas pequenas caixas e um pequeno vidro de perfume vazio. Ele continua falando. – Moramos aqui por 5 anos até que eles apareceram, descobriram de quem eu era filho, foi na mesma época em que eu descobri o que o meu pai fazia pra viver. – Ela o interrompe.
- Caçava vampiros... – Fala num tom baixo, mas logo percebe e se cala o olhando com um pedido de desculpa nos olhos. Ele não liga e continua.
- É, caçava. E eles não estavam nada felizes, quando eu descobri tentei afasta-la e deixa-la longe desse perigo. Mas ela não ouvia e dizia que queria ficar comigo e não ia me deixar por nada. Mas ela não tinha noção do perigo. Um dia cheguei em casa e ela não estava mais. Estava tudo revirado e tinha sangue por todo lado. Eu fiquei louco e sai atrás dela a procurando por todos os lados e em todos os esconderijos que eu conhecia, levei semanas até achar o lugar certo. – Tirava algumas fotos de dentro da caixa, uma bela moça ruiva, abraçada com um Wacklon bem mais novo e cuidado. - Mas cheguei tarde, alguns minutos atrasado. Matei o desgraçado que estava pendurado em seu pescoço com um só tiro bem entre os olhos, ainda consegui ver seus últimos movimentos, seus últimos suspiros e suas ultimas palavras ela disse que jamais me deixaria, que voltaria para mim. Tentei trazer seu corpo comigo, mas o lugar foi explodido, uma armadilha para me pegar, mas consegui sair de lá. Mas não consegui trazer o corpo! O teto desabou, fogo por todos os lados! E ela caiu dos meus braços quando o primeiro pavimento enfraquecera, não consegui segura-la! Não consegui! – E ali estava uma cena que ela jamais imaginara ver. Waclkon chorava como uma criança. Ela o abraça tentando acalma-lo.
- Shhh você não teve culpa, não foi sua culpa, Shhh... – E o senta ao seu lado... Logo o deita e fica abraçada a ele deixando que ele chore, apenas acariciava sua cabeça. Ainda lembrava do rosto da moça, ruiva, pele branca e olhos azuis. Lembrava ela mesma. E começa a sentir medo por essa semelhança. Se passam alguns minutos, algumas horas não sabe dizer, mas logo ela pega no sono ali abraçada com ele.
Incrível como aqueles braços lhe traziam segurança, calmaria. Era incrível como o calor daquele corpo o acalma e ele sente seu corpo esmaecer, não queria mais lembrar, apenas se mantém de olhos fechados e adormece.

Continua...



Rabiscado por Malka
0 Outros Rabiscos... (Comente Aqui)



[ --- ] [ --- ] [ --- ] Capitulo 3 - Novos Dias [ --- ] [ --- ] [ --- ]




A fumaça do cano de escape ia enchendo lentamente a garagem, finalmente em casa. O dia fora duro mas nada que algumas boas horas na banheira e algumas carteiras de Malboro não resolvessem. Enquanto esse devaneio lhe vem a mente caminhava em direção a porta da cozinha, empurrava a porta que cede até a corrente do pega ladrão, mas o tranco surpreso o faz dar de cara na porta.
- Cacete... – Massageava o nariz tentando entender por que diabos a porta estava fechada e quem ela pensa que é pra trancar a porta desse jeito? Tentando se lembrar se a disse pra não tocar em nada enquanto forçava a porta.
- Ow, garota??? Alooowww??? – Ouvia Bonne latir mas nem sinal da garota. O rosto se contorce, ela fora embora. Mas então como trancara a porta? Um turbilhão de pensamentos do que poderia ter acontecido nem pensa mais, já leva o solado do tênis até a porta arrancando o suporte da corrente, puxa a glock do coldre e já ia invadindo a casa olhando para todos os lados, mas logo o queixo cai e os olhos se arregalam. Essa não era sua casa. Estava tudo limpo, o branco da cozinha era visível, nem se lembrava que a pia tinha um fundo, tapete próximo a pia, tapete???? Era uma de suas camisas. Ainda de braço estendido continuava andando dentro da casa. Roupas molhadas no varal da área de serviço. Então era pra isso que servia as cordinhas na parede? E um olhar lateral faz sua face corar, cuecas lavadas e limpas! Tropeça em algumas sacolas no chão, então tudo aquilo era lixo? Olha de relance pra um dos sacos abertos e tira uma playboy antiga. A face cora novamente. Se ela achou a revista também achou... A caixa. Ainda com a arma em mãos empurra a porta do banheiro, nem imaginava que aquela era a cor original dos azulejos, o espelho estava limpo, a banheira e o box estava aberto e lá estava a garota, de olhos fechados deixando a água morna escorrer pela pele branca passando por cada centímetro do seu corpo, o cabelo que se grudava a pele e escondia ligeiramente suas costas. Parecia que ele acompanhava um dos pingos que lhe cai sobre os cabelos e desce lentamente pela face passando pelas orbes azuis escondidas por trás das pálpebras tão brancas, a face rosada, os lábios e eis que esse pingo se perde quando as delicadas mãos pousam sobre o rosto para lhe tirar o excesso de água e quando nota lá estavam as orbes pousadas em seu olhar.
- Ahhh você chegou??? – Desculpa não ouvi você chegando às vezes me distraio quando estou no banho. – Puxando a toalha e enrolando o corpo. Demorou um pouco até Wacklon entender por que a visão da pele branca fora ocultada. Ela notava que estava falando com as paredes até ele voltar a olhar em seus olhos sem jeito.
- O que diabos você fez com a casa? – Não era essa a pergunta que ela esperava pelo menos um “boa tarde”, ou “como está”? Mas já devia saber que isso não sairia dos lábios dele. Wacklon recoloca a arma no coldre e tira o mesmo deixando sobre a pia.
- Eu, limpei. Fazia quantos anos que você não limpava isso aqui? Uns... 10? E o coitado do Bonne estava cheio de pulgas. – O cachorro vinha lentamente e sentava ao lado dele lambendo sua mão. Nossa até a cor do cachorro estava diferente.
- Eu nunca tive tempo pra casa. – Nota que segurava a Playboy e tenta esconder mas ela já notara.
- Bem essa foi pro lixo por que tinha outra igual, mais nova então joguei a mais velha no lixo. As outras estão aqui – Aponta pra um balde velho que fora cortado ao meio e encaixado de alguma forma, lá estavam todas as revistas. Ele fica em silêncio constrangido com a cena, mas ela parece não se importar e continua falando. – E a caixa que estava nos fundos do armário continua lá, mas do lado direito embaixo das prateleiras onde estão seus sapatos, tem algumas camisas limpas enquanto as outras secam e aconselho você ir comprar algo pra comer por que o queijo e o pão de anos atrás que estavam no fundo da geladeira estavam mais do que estragados. – E então ele lembra, a caixa!
- Você abriu a caixa???? – Já estava próximo dela a segurando pelos braços, tinha uma raiva nos olhos. – Me diga!!! Você Abriu?????
- Não... Eu não abri... Eu... Juro... Ai ta me machucando! – Tentava soltar os braços que assim que são libertados das mãos ásperas dele ficam com uma ligeira marca vermelha. Ele olha e baixa a cabeça sem jeito.
- Me desculpe. Aquela caixa jamais deve ser aberta entendeu? – Já virava de costas e saia do banheiro, a cama estava sem lençóis e o colchão aparentemente fora limpo também. Senta na beirada passando a mão pelos cabelos desgrenhados. Ela sai do banheiro enrolada na toalha.
- Desculpa atrapalhar seu momento de reflexão, mas você precisa de lençóis, eu de roupas e nós de comida. Que tal providenciar a comida? Fazer faxina da fome sabe? – Sorria daquela forma meiga que fizera no dia anterior, ele a olha novamente com o olhar perdido e o olhar desce até seu braço vendo as marcas. Novamente sem jeito se levanta.
- Vou comprar comida. E trazer alguma roupa pra você vestir. – Sem dizer mais nada pega o casaco e sai fechando a porta da cozinha.
- Ele é sempre assim Bonne? – Acariciava a cabeça do cachorro que solta um pequeno latido deixando a cabeça apoiada no colo da moça. – Devia ter pedido pra ele trazer xampu e um sabonete novo. Mas espero que ele tome vergonha e compre algumas coisas pra essa casa. – Se levanta sendo seguida pelo cachorro enquanto colocava a mesa.
Alguns minutos se passam e algumas horas. Ela já não agüentava mais de fome! Imaginando onde ele estaria vai até a estante pegando um dos livros e se assusta quando lê o titulo.
- Shakespeare? Sonhos de Uma Noite de Verão? Agora to com medo dele. – Sentando na poltrona e começa a ler. Já estava na metade quando ele chega com várias sacolas, tinha a face furiosa e uma veia saltava em sua tempora. Ela se levanta para ajuda-lo com as sacolas, mesmo com medo pergunta. – O que aconteceu?

Continua...



Rabiscado por Malka
0 Outros Rabiscos... (Comente Aqui)



[ --- ] [ --- ] [ --- ] Capitulo 2 - A Garota [ --- ] [ --- ] [ --- ]



O corpo se mexia inquieto sobre algo macio, o cheiro de mofo ia impregnando as narinas fazendo os sentidos despertarem, lampejos do que havia acontecido até aquele momento começam a bombardear a sua mente, mas foi o bater da porta que despertou completamente. Ergue a cabeça tentando focar a imagem a sua frente e demora um pouco para os olhos se acostumarem a pouca claridade do lugar. Estava em um quarto imundo, empoeirado e mal arrumado. O Cheiro de mofo vinha dos lençóis sobre a cama onde estava deitada. Vê parado ali de frente o homem de feições duras que a desmaiara na noite anterior, ainda sentira a pequena protuberância na lateral de sua cabeça onde levara a coronhada, o olhava mais um pouco se lembrando bem do que ocorrera na noite anterior, olha para a sacola em suas mãos e toma coragem para falar.
- Quem é... Você? - Foram as primeiras palavras que saíram dos lábios carnudos da jovem moça enquanto ela olha para o corpo nu embaixo dos edredons e logo fita o homem que anda de lá pra cá sendo seguido pelo labrador, ele apenas a olha mas nada responde, desaparece no cômodo ao lado e volta com um tecido na mão que joga em cima da cama. Ela o segura e o ergue, uma camisa.
- Obrigada... - Abre a boca para falar algo, mas um leve ronco de sua barriga faz a face corar e olhar para o homem - hummm faz dias que não como... Você por um acaso... - E antes que termine a frase o homem tira da sacola que trouxera um saco da Mc Donalds e entrega pra ela.
- Bem... Você por um acaso... Fala?! – Pergunta sem conseguir segurar o tom brincalhão enquanto ainda sentada com as cobertas sobre o colo começa a abrir o pacote vendo o que tinha dentro, puxa uma batatinha a comendo com pequenas mordidas. Ele a olha e ergue as sobrancelhas.
- É claro que eu falo – A voz soava como um rosnado de uma fera selvagem, mas isso não a intimida.
- Ótimo temos um progresso senhoras e senhores. Já sei que você fala, não gosta de arrumar a casa, não corta o cabelo a meses e tem um belo cachorro, por um acaso teria um nome também??? – E sorria de uma forma a arrebatar qualquer coração, menos o de Wacklon que a olha pensando bem antes de responder.
- Bernard Wacklon – A voz sai novamente como um rosnado e agora evitava olhar para a moça, se preocupava mais em tirar as roupas de baixo espalhadas pelo chão, arrisca um olhar de canto e percebe a forma em que as curvas de seu corpo conseguiam se sobressair mesmo na camisa mais folgada, como ela ficava bela mesmo descuidada. Se da conta do olhar perdido e da aquela escarrada pra disfarçar, vai até o banheiro e volta com o rosto molhado. Ela se detém apenas a olhá-lo em silêncio até que ele volta.
- Gabrielle Delacroix ao se dispor B. Wacklon. E ainda não agradeci... Por ter me salvado... Obrigada – Deixava a voz ficar cada vez mais calma e agradecida, não sabia o que ele pretendia com ela ali ou o que faria, mas pelo menos estava viva. Ele a olha coçando a barba e demora um pouco para responder, se lembrara do que acontecera na noite anterior, via claramente o corpo dela preso a cadeira e no momento em que se preparava para por um fim nisso como em toda missão que recebia, sem testemunhas, sem reféns, sem herói. Mas dessa vez fora diferente, quando ia puxar o gatilho muda de idéia dando uma coronhada na moça e enquanto pensava no que fazer com ela um movimento na porta dos fundos o chama a atenção, acaba fazendo do invasor que tentara ser herói um punhado de cinzas, olha novamente para o corpo delicado a sua frente e puxa a faca do suporte na bota libertando-a das amarras, a colocando no banco traseiro do carro, a dando banho... A parte mais difícil do dia. Odiava aquele comichão que não parava de percorrer seu corpo, se lembrava ainda de ter feito um afago na cabeça da moça enquanto a cobria, não sabia por que mas ela o trazia uma sensação de calma, mas como isso era possível se só a conhecia em algumas horas?
Ela ficava olhando pra ele enquanto comia, tentando entender no que ele pensava agora, mas antes que pensasse que ele fazia planos de como tortura-la e mata-la ele volta a falar.
- Por nada. – E se afasta novamente em direção ao cômodo ao lado. E assim era Wacklon, falava pouco, duro, frio. Pelo menos na vista dos outros, escondia segredos que ninguém se quer imagina que algo assim tenha acontecido com ele. Retorna com um copo de leite na mão e coloca no criado mudo ao lado da cama. – Ali é a cozinha, o banheiro e a área de serviço e... – Com um movimento rápido ele puxa o celular vibrante do bolso, odiava essas coisas, mas preferia isso ao toque estridente. Ele apenas ouve até desligar guardar o celular novamente. – Esse é o Boone ele cuida da casa enquanto estou fora. Não se aproxime das janelas, não atenda o telefone, não saia de casa, não abra a porta para ninguém. – O cachorro repousava a cabeça na beira da cama enquanto ela terminava de engolir a massa de hambúrguer e fritas em sua boca.
- Por um acaso sou sua prisioneira?! – Falava num tom sério mas não bruto.
- Não, mas aqueles homens têm aliados e seja lá o que você tenha feito ou tenha roubado deles, eles vão vim pegar de volta. Você sabe o que eles eram não é?
- Sei... Sim embora seja difícil de acreditar... Eles realmente existem? – Havia parado de comer aproveitando que o ser tão gélido resolvera abrir a boca.
- Existem e deixo bem claro que só te trouxe aqui por que não te contaminaram. Já disse as regras acho bom obedecer ou... – E da de ombros se virando e saindo pela porta sem dar chance a ela de resposta, o som da chave girando na fechadura é ouvido e ela se vê ali sozinha tentando entender que segredos um homem como ele guardava e o que fazia ali naquele lugar. Olha em volta vendo a bagunça e se põe de pé... Precisava fazer algo.

Continua...



Rabiscado por Malka
0 Outros Rabiscos... (Comente Aqui)



[ --- ] [ --- ] [ --- ] Capitulo 1 - O Homem [ --- ] [ --- ] [ --- ]






E o galo cantava. Mas que diabos de galo era esse que cantava às 2 horas da madrugada? Levanta-se com sacrifício, o corpo pedia pra continuar na cama assim como a cabeça ainda pendia para os lados, o bocejo involuntário faz a boca se escancarar e o mau hálito matinal embaçar o espelho em cima da pia, matinal? Ainda eram 2 horas da manhã! Não gosta muito da imagem refletida, um homem na casa dos 25 com a barba por fazer, os cabelos castanhos já roçando os ombros estava sem brilho e com pequenos toques de grisalho adiantado. Ergue os braços sentindo o odor que sai debaixo de suas axilas, precisava urgente de um banho. Se afasta mirando o próprio corpo, agora sim gostava da imagem. Músculos ligeiramente definidos ainda mais com a força que fazia para contrair-los.
-Isso aí garotão – Fala enquanto mudava de posição checando os tríceps, bíceps e afins. Se vira encarando o boxe do banheiro imundo, também precisava limpar a casa mais para que? Empurra a porta e liga a ducha, nem precisara tirar a roupa. Dormia pelado. Gostava da liberdade de morar sozinho, roupas sujas, comida espalhada, garrafas vazias, teias de aranha e uma camada grossa de poeira cobria os moveis do quarto. O sabonete ressecado era esfregado contra o corpo rapidamente, estava atrasado. Por que o maldito galo não cantou uma hora antes? Sai do banheiro molhando tudo por onde passa, pelo menos dava uma limpadinha no chão. Esfregava a toalha na cabeça e a deixava pendurada ali enquanto vestia a calça de couro e uma regata branca.
-Hora do trabalho... Bonne?! -Grita pelo labrador que sai debaixo da cama balançando a cauda.
-Tem comida pra você na cozinha, cuide da casa. Eu volto assim que acabar garotão. – E dizendo isso faz um pequeno afago nos pelos do cão, que também precisava urgente de um banho e de um bom anti-pugas.
Abrindo a porta da cozinha que ligava a casa a garagem e com movimentos rápidos ia abrindo o porta malas do Dodge Charllenger vermelho, levantando o step e olha pra o mostrador digital, qual era mesmo a senha? Olha pra placa do carro e digita o que via, a lâmpada verde acende e abre o fundo falso. Era um verdadeiro arsenal, glocks, facas, adagas, algemas, dinamite, granadas e uma 38. O orgulho do papai, e é para esta que leva a mão e a coloca no coldre que já estava fixando ao corpo e do outro lado uma glock 9mm. O Sobretudo pendurado no banco traseiro era jogado sobre os ombros, as mãos desciam pelo corpo entrando no bolso da calça e puxam o celular, digita um número que sabia de cor. É atendido rápidamente. Aproveitava para calçar um all star vermelho acinzentado de tão velho.
- Esquina da 48 com a Lexton, 4º andar. Anotado. – E já desligava o telefone apertando o botão que abria a garagem. Saindo dirigindo como qualquer cidadão americano educado, sem cantar pneu, indo a 40km/h, passando pelo primeiro radar entra na esquina mais próxima. Caminha até a traseira do carro com uma chave de fenda na mão, retira a placa e a vira a parafusando novamente, faz o mesmo com a placa da frente e agora sim. Esse era o Wacklon, deixa um longo rastro do pneu no chão e segue pra o endereço. Chegara mais rápido que o previsto. Era um prédio desgastado com o reboco já caindo, lugar perfeito para tal ponto de encontro.
-E lá vamos nós... Isso tá ficando monótono de mais... – Descendo do carro fecha a porta com um “coice” deixando uma marca ligeiramente limpa na pintura. Subia as escadas abrindo e fechando a boca como se murmurasse alguma música, a face entediada começa a subir dois degraus de cada vez. Bastou chegar no andar pra começar a ouvir os gritos.
- Ah merda já começaram... – Puxa glock do coldre a destravando. Ouvia o chão ranger sob os seus pés, mas esperava que eles não ouvissem. Com tantos gritos seria impossível. O plano de sempre, arromba, grita, entra, mata, sai. Novamente sem testemunhas, sem reféns, sem herói. Todos tinham que morrer. O pé abre a porta e os dedos trabalham rápido junto com os olhos. Um, dois, três, corpinhos, quatro, cinco, seis corpinhos tombam ao chão. Aproxima-se dos corpos e só pra se certificar, puxa o 38 e da um tiro na testa... Em segundos os corpos viram cinza.
- Humph... fracotes... Com bala de prata? Nem precisei cortar a cabeça fora. Saco... - Se aproxima do corpo feminino nu que estava preso à cadeira tombada e se abaixa a olhando. Os cabelos vermelhos colados à face pelo sangue que se destacava na brancura da pele, os lábios carnudos entreabertos como num ultimo grito de dor, os seios fartos colocavam dúvidas em sua cabeça quanto a idade da garota, continua correndo os olhos pelo seu corpo torneado que apesar de toda a sujeira e os leves cortes conservavam tamanha beleza. Nos pulsos pequenas letras lhe chamam a atenção por um segundo, mas logo um comichão passeava pelo seu corpo levando uma sensação boa. Se pega por um momento pensando em deixá-la ali, viva. Mas não podia, ela provavelmente fora corrompida. Erguia a glock a aproximando do cenho da bela face, a mão tremia, o corpo travava uma batalha contra a mente e quando percebe, brilhantes orbes azuis miravam seu rosto como numa súplica para continuarem brilhando.
- Por favor... Não... Por favor me deixe ir não me machuque mais... Por favor... – E a voz tão doce paralisa aquela mente que conhecia tão bem o mal. Mas não podia parar não agora. Um movimento, um estampido. Estava tudo acabado.

Continua...



Rabiscado por Malka
0 Outros Rabiscos... (Comente Aqui)




Capitulos Passados